Trata-se de uma disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos válidos e inválidos por meio da identificação das condições necessárias à operação que conduz da verdade de certas crenças à verdade de outras.
Aristóteles é considerado o seu fundador, tendo-a sistematizado nos vários livros doOrganon, termo que significa instrumento.
A Lógica não deverá, por isso, ser compreendida no âmbito da filosofia como um fim em si mesmo, mas tão-somente como um meio.
Quem pretende deslocar-se a determinado local, elege um meio de transporte que considera mais adequado ao seu propósito.
Porém, a sua intenção é exterior e alheia a esse meio de transporte.
Do mesmo modo, aquele que procura refletir filosoficamente sobre “como construiruma sociedade justa”, sobre “a natureza do conhecimento” ou, ainda, se “o mal e o sofrimento no mundo são compatíveis com a existência de um Ser sumamente bom”, empreende uma viagem com recurso a "conceitos" e ao pensamento.
Ora, a lógica proporciona os meios que possibilitam a organização coerente desse pensamento, desenvolvendo competências argumentativas e demonstrativas a fim de o poder comunicar com rigor e inteligibilidade, oferecendo os recursos necessários para pensar a realidade e a poder conhecer, quer do ponto de vista filosófico, ou outro.
Para “conhecermos” a realidade, além de válidos os nossos argumentos ou raciocínios devem ser constituídos por proposições ou juízos verdadeiros. Quer dizer, devem ser argumentos sólidos.
Aquele que sobrepõe os seus interesses práticos à procura da verdade, procura ter razão a todo o custo, recorrendo a argumentos falaciosos, que parecem válidos sem o ser.
Além de ilógicos, os seus argumentos são "imorais", na medida em que ocultam intencionalmente a verdade.
Neste sentido, “o advogado quer ganhar a causa a qualquer preço; o juiz venal quer encobrir a verdade; o político oportunista quer o poder para fazer negócios; o aluno quer boas notas mesmo copiando; o profissional quer subir na carreira, mesmo que seja à custa dos outros; o fundamentalista religioso confunde fé com poder; o terrorista mata em nome da verdade” (Olá Consciência – Uma Viagem Pela Filosofia)