Segundo Salvador Nogueira, em seu artigo publicado na revista Galileu, novos estudos, desenvolvidos não apenas a partir de reflexões filosóficas sobre o homem, mas também de análises científicas, afirmam a hipótese de a ética, principalmente sob o ângulo da justiça e da compaixão, ser nata ao ser humano, fruto da seleção natural e da evolução da espécie.
Além disso, segundo o artigo, esses indícios éticos não são atributos exclusivamente humanos. O relato de casos como o dos chimpanzés e dos bonobos, nos quais os animais também reagem moralmente a partir de situações simuladas, contrariam as aparências do senso comum quanto ao desenvolvimento das espécies num meio competitivo e agressivo do mundo animal, que teoricamente impossibilitaria tal afirmação. No entanto, humanos e demais animais estão de acordo quanto à tomada de atitudes justas em defesa do semelhante.
Na expressão do autor o ser humano parece já vir de fábrica com um dispositivo pra distinguir certo e errado, ressalvando que tal capacidade não impede a tomada de atitudes erradas. O jogo de interesses, articulado pela inteligência humana, leva o indivíduo – e, às vezes, também um grupo deles – a agirem contra certos princípios que naturalmente são certos. O caso dos psicopatas, porém, tem sido estudado e descobertas apontam que algumas de suas atitudes podem ter origem em problemas de ordem biológica, como na amígdala e no córtex frontal. Assim, atitudes que fogem à ética podem ser tanto consequências de outras características inatas ao homem, como a competitividade e a agressividade, quanto frutos de psicopatias.
Diante dos argumentos apresentados no artigo, a incidência da educação e da cultura sobre a formação do caráter moral e ético do indivíduo tem seu papel bastante minimizado. Lembrando da concepção de ética nos diversos momentos da história, Olinto Pegoraro diz que na Antiguidade vigorava uma ética regida por princípios cósmicos, na Idade Média, por princípios divinos e na Modernidade, por princípios da liberdade autolegisladora. O que há de comum entre as três concepções é a interiorização da ética que acontece sempre na consciência humana, acolhendo a lei natural e cósmica, acatando com fé a lei divina e cumprindo a lei geral que ela mesma gerou.
De tal modo, ao sustentar o caráter natural da ética, mesmo que sob pontos científicos, o autor afirma pensamentos como o de Rousseau, no Emílio, quando diz que o homem nasce bom, mas o meio o corrompe. Ou como o de Hobbes, no Leviatã, para quem o homem é seu próprio lobo. No entanto, não contraria propriamente ideias conforme as quais a ética é determinada, ao menos em parte, pelo conjunto sócio-cultural. Isso porque o ser humano, que evoluiu juntamente com o mundo, foi capaz de adaptar-se aos padrões morais que ele mesmo criou e instituiu como certos, nos diversos momentos da sua existência.
Cláudio Geraldo da Silva
Trabalho apresentado à Ética I. Prof. Edmar. SDNSR.
Além disso, segundo o artigo, esses indícios éticos não são atributos exclusivamente humanos. O relato de casos como o dos chimpanzés e dos bonobos, nos quais os animais também reagem moralmente a partir de situações simuladas, contrariam as aparências do senso comum quanto ao desenvolvimento das espécies num meio competitivo e agressivo do mundo animal, que teoricamente impossibilitaria tal afirmação. No entanto, humanos e demais animais estão de acordo quanto à tomada de atitudes justas em defesa do semelhante.
Na expressão do autor o ser humano parece já vir de fábrica com um dispositivo pra distinguir certo e errado, ressalvando que tal capacidade não impede a tomada de atitudes erradas. O jogo de interesses, articulado pela inteligência humana, leva o indivíduo – e, às vezes, também um grupo deles – a agirem contra certos princípios que naturalmente são certos. O caso dos psicopatas, porém, tem sido estudado e descobertas apontam que algumas de suas atitudes podem ter origem em problemas de ordem biológica, como na amígdala e no córtex frontal. Assim, atitudes que fogem à ética podem ser tanto consequências de outras características inatas ao homem, como a competitividade e a agressividade, quanto frutos de psicopatias.
Diante dos argumentos apresentados no artigo, a incidência da educação e da cultura sobre a formação do caráter moral e ético do indivíduo tem seu papel bastante minimizado. Lembrando da concepção de ética nos diversos momentos da história, Olinto Pegoraro diz que na Antiguidade vigorava uma ética regida por princípios cósmicos, na Idade Média, por princípios divinos e na Modernidade, por princípios da liberdade autolegisladora. O que há de comum entre as três concepções é a interiorização da ética que acontece sempre na consciência humana, acolhendo a lei natural e cósmica, acatando com fé a lei divina e cumprindo a lei geral que ela mesma gerou.
De tal modo, ao sustentar o caráter natural da ética, mesmo que sob pontos científicos, o autor afirma pensamentos como o de Rousseau, no Emílio, quando diz que o homem nasce bom, mas o meio o corrompe. Ou como o de Hobbes, no Leviatã, para quem o homem é seu próprio lobo. No entanto, não contraria propriamente ideias conforme as quais a ética é determinada, ao menos em parte, pelo conjunto sócio-cultural. Isso porque o ser humano, que evoluiu juntamente com o mundo, foi capaz de adaptar-se aos padrões morais que ele mesmo criou e instituiu como certos, nos diversos momentos da sua existência.
Cláudio Geraldo da Silva
Trabalho apresentado à Ética I. Prof. Edmar. SDNSR.