O processo arqueológico relaciona-se ao resgate e a conservação das obras de arte, de certa forma, pela sua maneira de descoberta e avaliação, assim como pela sua proximidade quanto ao dado histórico.
O método arqueológico perpassa pelo caminho da arte, tanto na sua busca por novos achados, como na sua preocupação, adquirida ao longo de séculos de trabalho, com o conhecimento desse material, sua origem, datação, autoria, qualidade e outras características que possam ser importantes.
A observação minuciosa da obra, feita em seus diversos momentos (antes, ainda no lugar de origem; durante sua descoberta, observando as necessárias alterações do entorno e depois, no seu lugar de estudo e/ou depósito) baseada em procedimentos empíricos e científicos levanta dados a respeito dela. Esses são catalogados e analisados tanto particular quanto conjuntamente. O resultado dessa análise pode orientar todo o procedimento a ser aplicado o que acarretará uma confiabilidade estimável ao trabalho.
Assim, o zelo pela obra de arte necessita sumariamente de um responsável conhecimento a respeito dela, não somente no intuito de informar, mas muito mais de reformar uma ideia cultural, localizada no tempo e no espaço em que ela se constituíra. Tal conhecimento, em síntese do que se disse aqui, é o produto desse procedimento metodológico.
Rafael Argullol
O Objeto artístico: O resgate da obra de arte
Métodos da Arqueologia
