O texto de Alexandre Araújo Costa, cujo objetivo é introduzir elementos de hermenêutica filosófica, no seu sentido entendido como disciplina, apresenta-a como aquela responsável por dar sentido à forma humana de dar sentido ao mundo.
Segundo o autor, esses sentidos, dados ao mundo, têm na linguagem seu espaço privilegiado, usando assim do discurso, que constrói leis, teorias, romances e paradigmas. Desse modo, a hermenêutica é um discurso acerca do modo humano de lidar com essas significações que se atribui às coisas.
Os discursos são, então, constituintes da realidade, estando fora deles apenas o mundo empírico. Assim, hermenêutica permite conhecer o mundo experimentado, interpretando-o, que quer dizer aquilo que a hermenêutica é, em seu sentido primeiro, dar sentido ao mundo e às coisas.
O passo filosófico dado foi partir da explicação do mundo, presente nos gregos, medievais e nos cientistas modernos, para a interpretação do mundo, numa perspectiva filosófica iniciada na era moderna e plenificada na contemporaneidade, com pensadores como Wittgenstein e Gadamer.
O discurso filosófico, que é hermenêutica, se difere do discurso científico. Enquanto a hermenêutica trata as essências do mundo, simbolizando-o e refletindo ele mesmo, a ciência trata as exterioridades, falando do mundo empírico, representando-o mimeticamente. Portanto, “a ciência é um discurso que não tem espelhos para se observar”. Contudo, a hermenêutica se insere na ciência, ao passo que discute o discurso científico, já não sendo mais uma reflexão científica, mas filosófica. É nesse momento, acentuado a partir do século XIX, que se desenvolve uma crítica ao discurso científico tornado metafísico, apresentado por Nietzsche e Husserl.
Assim como ao discurso científico falta a reflexividade, falta-a também ao discurso dogmático, típico da religião e do direito. No entanto, a esse segundo conta a subjetividade, colocada ante a objetividade científica; sem, contudo, deixar de misturar verdade e validade, uma vez que se baseia em fatos empíricos e não transparentes.
As relações entre fé e ciência se estabelecem nesse plano. Enquanto a primeira estabelece valores inquestionáveis, mantidos pela tradição, a segunda se baseia em verdades evidentes, de uma lógica racional. Desse modo, a hermenêutica que se coloca entre esses dois discursos, está, segundo o autor, presente em um determinado momento em que o que há é o silêncio, bem característico da impossibilidade da argumentação diante da afirmação.
O último passo desse salto da análise do discurso presente na hermenêutica moderna é a desvalorização pós-moderna, citada pelo autor lembrando Lyotard, das grandes narrativas. Neste período histórico, não se acredita mais nas tentativas de manter a unidade da verdade, agora fragmentada e particularizada, criando novos contextos. Nisso radicaliza-se o relativismo, negando a possibilidade de um discurso que abranja a tudo.
A hermenêutica é, para o autor, o principal fator de agregação dos elementos constituintes particularizados de explicação do mundo. Para isso, usa das diversas formas presentes nos discursos.
Cláudio Geraldo da Silva
Trabalho apresentado à Hermenêutica filosófica. Professor Edmar. SDNSR
Segundo o autor, esses sentidos, dados ao mundo, têm na linguagem seu espaço privilegiado, usando assim do discurso, que constrói leis, teorias, romances e paradigmas. Desse modo, a hermenêutica é um discurso acerca do modo humano de lidar com essas significações que se atribui às coisas.
Os discursos são, então, constituintes da realidade, estando fora deles apenas o mundo empírico. Assim, hermenêutica permite conhecer o mundo experimentado, interpretando-o, que quer dizer aquilo que a hermenêutica é, em seu sentido primeiro, dar sentido ao mundo e às coisas.
O passo filosófico dado foi partir da explicação do mundo, presente nos gregos, medievais e nos cientistas modernos, para a interpretação do mundo, numa perspectiva filosófica iniciada na era moderna e plenificada na contemporaneidade, com pensadores como Wittgenstein e Gadamer.
O discurso filosófico, que é hermenêutica, se difere do discurso científico. Enquanto a hermenêutica trata as essências do mundo, simbolizando-o e refletindo ele mesmo, a ciência trata as exterioridades, falando do mundo empírico, representando-o mimeticamente. Portanto, “a ciência é um discurso que não tem espelhos para se observar”. Contudo, a hermenêutica se insere na ciência, ao passo que discute o discurso científico, já não sendo mais uma reflexão científica, mas filosófica. É nesse momento, acentuado a partir do século XIX, que se desenvolve uma crítica ao discurso científico tornado metafísico, apresentado por Nietzsche e Husserl.
Assim como ao discurso científico falta a reflexividade, falta-a também ao discurso dogmático, típico da religião e do direito. No entanto, a esse segundo conta a subjetividade, colocada ante a objetividade científica; sem, contudo, deixar de misturar verdade e validade, uma vez que se baseia em fatos empíricos e não transparentes.
As relações entre fé e ciência se estabelecem nesse plano. Enquanto a primeira estabelece valores inquestionáveis, mantidos pela tradição, a segunda se baseia em verdades evidentes, de uma lógica racional. Desse modo, a hermenêutica que se coloca entre esses dois discursos, está, segundo o autor, presente em um determinado momento em que o que há é o silêncio, bem característico da impossibilidade da argumentação diante da afirmação.
O último passo desse salto da análise do discurso presente na hermenêutica moderna é a desvalorização pós-moderna, citada pelo autor lembrando Lyotard, das grandes narrativas. Neste período histórico, não se acredita mais nas tentativas de manter a unidade da verdade, agora fragmentada e particularizada, criando novos contextos. Nisso radicaliza-se o relativismo, negando a possibilidade de um discurso que abranja a tudo.
A hermenêutica é, para o autor, o principal fator de agregação dos elementos constituintes particularizados de explicação do mundo. Para isso, usa das diversas formas presentes nos discursos.
Cláudio Geraldo da Silva
Trabalho apresentado à Hermenêutica filosófica. Professor Edmar. SDNSR